quarta-feira, 1 de abril de 2009

No Quintal da Terra (teatro)




Ficha técnica


Direção: Kalluh Araújo

Texto: Fernando Limoeiro

Elenco: Marco Eurélio, Simone Leite, Didi Vilela e Saulo Salomão

Trilha Sonora e Letras: Renato Goulart e Fernando Limoeiro

Patrocínio: ArcelorMittal Brasil

Produção: Asas Produções Ltda.

terça-feira, 31 de março de 2009

Um super - homem (Cinema)


Um super-homem
eu, ela mesma.





Belo Horizonte, 28 de março de 2009.


“O artista é um homem que não pode se conformar com a renuncia a satisfação das pulsões que a realidade exige. Toda arte é o desenho do desejo. O artista dá livre vazão a seus desejos eróticos e fantasias. A realidade interdita o tempo todo. Desde a coação social até a gramática. A obra de arte se caracteriza pela transgressão, por não obedecer
gramática.” (Sigmund Freud).



Os escritos que seguem tem como objetivo traçar apontamentos para uma perspectiva sobre o trabalho do ator Saulo Salomão no filme “ A Família Alegre” Guilherme Reis (nome provisório) onde o ator esta lidando com texturas femininas, masculinas e gays.
Para isso são utilizadas algumas fontes, tais como:
_Entrevistas com homens, mulheres e transgenicos, popularmente conhecidos como: (Barbi, Boneca, Travesti) a respeito do seguinte tema:
“Textura Gay e Feminina Marginalizada”,
- Recursos performáticos também estão servindo de apoio para esta abordagem mais especificamente a obra: “Performance como linguagem” de Renato Cohen,
_ Leituras de textos a partir da temática da homossexualidade mais tarde vindo sendo a tratar como homo afetividade, e por ultimo:
_Trabalhos e vivencias entre o ator e o preparador de elenco Bairon O’nil .

Foram estes os elementos que compuseram o campo de tópicos deste estudo realizado pelo Ator Saulo Salomão.








O diário de Monique

Preâmbulo:
Belo Horizonte,
Sábado,
28 de março de 2009,
Santa Tereza,
Céu limpo,
Sob a Regência do signo de...


A rua

Ela sai pela porta da casa, atravessa a rua vestida: seu short azul, camisa preta e sandália de tiras amaradas na perna. O seu destino é comprar uma cerveja, atravessa a rua, Monique é daquele tipo que não passa despercebida, todos olham: o vizinho fecha a porta , a criança fica encabulada, os motoristas de táxi comentam em uma rodinha: “ nossa com umas pernas desse tamanho poderia ser segurança, goleiro ....”
Ela continua a sua caminhada, entra no bar pedi duas cervejas de lata “ bem geladas por favor”, ela deixa o troco com o garçom, ele fica surpreso, não esperava isso dela.
Monique volta passa novamente enfrente ao ponto de táxi, os motoristas comentam...
Vira a esquina ela olha trás e percebe que vem sendo acompanhada por um carro de policia e mais atrás Bairon, o seu anjo. Entra na casa tomam a cerveja, faz fotos,
Saem.....


Com destino a casa de ( Detinha) Maguidale

Carol é quem dirigi o carro.
Bairon fuma e solta vários estímulos.
Monique escuta, ensina o caminho de como chegar na casa de Detinha (Valdete), combinaram uma saída...
O moço do carro ao lado olha o tempo todo para Monique, ela fica envergonhada, abaixa a cabeça e dança bem sutil a musica que toca no radio do carro, um leve balançar de corpo...
Conseguimos em fim chegar na casa de Detinha, ela já esta na porta esperando, Monique é quem desce do carro e vai buscar a amiga....
Com um casaco lindo, saem juntas andando transadas uma no braço da outra, entram no carro agora o sentido é um bar que tem no Edifício JK, Monique diz: segue reto e Carol segue... ops, subiu em cima da calçada....kkkkk ela retorna o carro para rua..... e pega o caminho da direita......

Agora no Bar: (Estação 2000)

Musica ao vivo,
Cerveja,
Cigarro,
Uma grande festa,
Homens,
Poucas Mulheres,
Mesas, muita gente
Banheiro (sem espelho)


No decorrer da noite Monique e Detinha dançam um pouco, e observam as pessoas e o moço que canta ao vivo. Algumas pessoas ficam observando Monique por um longo tempo, as amigas resolvem descer para o primeiro andar. Muita gente dança ao som da música ao vivo mais ........ mais......


“Então vamos dar notas”?.....
Deve ser carência generalizada.....
Parecem todos iguais.
E são tipos andróides, em serie. Vestem as mesmas roupas, usam o mesmo cabelo, dizem as mesmas coisas, vêem os mesmos filmes, ouvem as mesmas musicas. Não existe tal cultura gay? E se acham todos muito originais, muito exclusivos. Odeio guetos.
_Odeio a palavra gay.
_ Mas ela existe, rapaz. E não é só uma palavra é mais grave, um comportamento, um feeling. A sacralização da bobagem. E são todos exatamente assim. Felizes, descontraídos, sem problemas. Leves, levíssimos. Soltos sem culpas nem traumas. Todos muito bem vestidinhos, com os modelinhos que trouxeram de Nova York, todos adoram Nova York. Todos muito bem amados. Musculosinhos, liberadinhos, burrinhos. Umas gracinhas... ”....” Triangulo das Águas caio Fernando Abreu.



As duas amigas desceram sentaram em uma mesa, Detinha tomava água, Monique uma cerveja, um moço apareceu do nada e pediu para sentar, Detinha: Claro. Ele chama Tequinho, os três conversaram por aproximadamente uma hora .
O mais incrível trocaram confidencias, ele acreditou em tudo elas também.

Detinha chama para ir embora, afinal ela tinha compromisso no outro dia bem cedo.
Bairon e Carol, ficam observando, os comandos já foram dados.

Pagamos, deixamos Detinha em casa.


Carol sugeri mais um “passeio”:

Obs- è a partir deste momento que o ator se sente mais perto de Monique.

O alto da Afonso Pena
(carinho de cachorro Quente)

Segundo preâmbulo:

Adolescentes,
Um casal de 40 e poucos
Bairon / Carol
Um Frio de leve
Carros passando
O corpo
A rua
Policiais
Chuva,
Sacos de lixo,
Sirene
Sinal aberto/ sinal fechado,
Pombos sobrevoando as calçadas,
Medo,
Angustia


Cadê Monique?



Nas vivencias em busca de encontrar Monique, quase sempre foi possível perceber o acender de um cigarro, a procura pelo fósforo, o abrir de uma garrafa, abrir a porta, uma festinha aqui e um boteco ali. Todas essas ações foram na maioria das vezes buscando preencher um vazio de quem não conhece a sua sexualidade ou de alguém que busca entende lá ou reconhece lá tal como é , assim como Bairon, falou tantas vezes dentro do carro.



Nesta noite na Afonso Pena, procurando por Monique, tudo que o ator encontrou foram elementos como: alma perdida em busca de alguma coisa (às vezes) afeto. A solidão em meio a tanta gente e as referencias que longe de afetadas, exalam sinceridade e aproxima o ator a estes elementos da “madruga” a bebida, a compulsão sexual, as drogas e os mistérios de existir .


"carcará, pega, mata e come
carcará num vai morrer de fome
carcará, mais coragem do que homem"

quinta-feira, 19 de março de 2009


fico pensando que eu não poderia viver outro ano como aquele,
nada como aquele final de novembro e inicio de dezembro poderia voltar na minha vida, poderia ser fatal, ia me arrancar outro pedaço , sabendo que hoje embora eu não seja, mais estou frágil, triste, cansado, tive um desilusão na vida, sofri muito, mais tudo passa e eu espero passar. e outra, aquilo que não passa agente acostuma, amadurece,
Reinventa, ACORDA

quarta,19 de março 2009


eu hoje tive vontade de apagar o passado,
de começar de novo, de reinventar a vida,
Sentei na frente do computador e resolvi escrever,
talvez assim eu me sinta mais útil, mais esperto quem sabe,
Estou ensaiando um retorno a terapia, cada dia tem si tornado mais
difícil entender sobre a vida, quero ser leve, sair voando por aí ser ferir ninguém,
quem sabe ser ileso, viver é bom demais, mais as vezes me perco, me machuco me dói, quero paz de espírito, quero comida no meu vale, quero chuva no nordeste, quero saúde na terá, quero o universo inteiro em harmonia, não quero mais algumas coisas do passado, não quero

terça-feira, 3 de junho de 2008

Um Aprendizado


Belo Horizonte,
Sol quente,
Enrascada,
Verão de 2008,
Sob a regência do signo de Virgem.


A Luta.

Perdeu alguma coisa, algo está fora do lugar.
Algo aconteceu que fez ele deixar para traz aquele jeito de ser belo e ingênuo.
Foi um fogo que caiu de repente, uma chuva que não passou, um vento que não pára, uma goteira que não tem fim, uma árvore que não morre, mas que também não pára de dar fruto.
O desejo escondido no canto da boca cria força e vira remedinho homeopático para ele ir suportando os dias.
De corpo grande, cabelos castanhos (que, por sinal, nestes últimos dias tem acelerado o seu processo de calvície e caíram muito).
Continua gostando de ouvir o barulho do mar.
Nunca foi de ter muito medo, aos 23 descobriu que a vida era agora diferente, tirou tudo que era máscara, mergulhou lá dentro de si em um exercício forçado, doloroso, cheio de lágrimas, mas libertador, que espalhou medo para si mesmo e para seus entes queridos.
Tirou cada coisa do seu lugar, fez pessoas ficarem acordados por durante dias e quando dormia era para ter pesadelos.
Viveu por dias com a certeza que não tinha rumo, perdeu-se em si mesmo, viu o tal do pranto de perto, rasgou bilhetinhos, pois já não acreditava em mais nada, esperou o telefonema de quem ele esperava o amar e não tocou e assim foi e assim tem sido.
Olha, é uma dor insuportável que invade o coração gente. Ele espera, espera ter forças para em um futuro breve reinventar a vida.
Uma ferida aqui, a cicatriz, outra ali. Nada que um óculos escuro não resolva e a gente finge estar tudo bem, tudo bem.

domingo, 1 de junho de 2008

Criação


Estava em casa naquela ociosidade tão boa, e comecei a me fazer um monte de perguntas, como se estivesse no banco de um analista. Resolvi escrever, achei que tinha a ver com este espaço.

Então, compartilhem comigo. As minhas idéias para o meu teatro sempre me vêm como uma experiência de alegria, mesmo que os meus personagens sejam tristes. Ela aparece repentinamente, nos momentos mais inesperados, como uma visão de uma imagem. O que tento fazer é simplesmente pintar com alguns sentimentos a cena que se configurou na minha imaginação.

Sou ator, meu trabalho se baseia na escuta. Cada animal, pessoa, natureza, objeto que “trombo” eu escuto e registro, depois vou de encontro com esse material e aí, sim, ele ganha alma.
Fico pensando que o trabalho do ator não é o de alguém que vê coisas que ninguém vê. O que ele faz é simplesmente iluminar com os seus olhos aquilo que todo mundo vê e não dá conta. E espera do espectador que compartilhou daquela visão com ele que saia dali com a abertura de mais um caminho.